quinta-feira, 13 de setembro de 2007

No labirinto de mim mesmo*

A partir de agora serei vários e não serei nenhum

Serei eu e ninguém saberá

Terei o nome que quiserem me chamar

Poderei ser Lilith ou Ogum

Quem nunca sonhou assim?


Hoje posso ser isso, amanhã aquilo

Um dia ser um anjo amigo

No outro demônio carmim

Me acompanhem neste delírio aqueles que sonham

E eu poderei ser seu amado ou inimigo.


Ninguém saberá de mim

Sou feito de pedaços espalhados

De olhos espelhados

Alma escancarada

Unha encravada


Melodia vaga

Nota sem som

O grito mudo de voz desesperada

Dança manca

Corpo que canta


Pulso vibrante do sexo

Sexo, sexo [...]

Mão andante em corpo seco

Boca seca em sexo inundado

Corpo de porco em mente fecunda


Mão de cão

Pêlo que arranha

Espinho que não fura

O pulso vibrante do amor

Amor, amor [...]


* Frase de "A Falência do Prazer e do Amor" de Fernado Pessoa

2 comentários:

Anônimo disse...

lindo!
beijos, tita

Nata disse...

E como somos do nosso tamanho, somos vastos, profundos... tão profundos que não nos tocamos. Por isso, nos conhecemos tão pouco. Ainda bem!

Lindo messmoooooo!!!