sexta-feira, 30 de março de 2007

Convite aos meus demônios

Venham, venham todos!
Será um belo espetáculo
Verão uma alma moribunda pagando por suas fraquezas
Verão o suplício da verdade
Aproveitem que hoje é o último dia
Rasguem minha alma,
Se deliciem com meu sangue
Me deixem definhar
Aproveitem, hoje é o último dia
O prazer está garantido, as risadas virão
Cuspam em mim, brindem minhas lágrimas
Dancem sobre meu cadáver
Me larguem convulsionando no meio do deboche
Bebam, cantem, brinquem, riam
Aproveitem que hoje é o último dia
Lilith, Zabulom, Damian, Asmodeus, Eblis, Abaddon venham
Venham todos, venha quem quiser vir
Tragam suas armas
Meu sangue será servido em cálices de prata
Embriaguem-se de prazer
Possuam meu corpo, brinquem com minha alma
Já estou ouvindo a música
É ela que guiará a orgia
Vocês ouvem?
Cornetas, arpas, sinos estão tocando
Vocês ouvem?
Não, não ouvem.
A música é só minha
Nela eu me delicio vendo meu coração ser devorado
e minha alma escarnecida
E choro, choro como uma menina
Todos vão adorar, é um espetáculo maravilhoso
Aproveitem, hoje é o último dia.

terça-feira, 27 de março de 2007

Sem métrica, sem nada, só mais uma vomitada

Já não sei mais o que devo dizer
Já não sei mais o que devo fazer
Olho para os lados
E vejo teus olhos arregalados

Já não sei quem é você
Se é para eu te ver
Então me deixa dormir
E dormindo quero você Menina linda

Quero tua lascívia
Quero toda, quero tudo
Quero cada pedacinho
Quero tua alma, quero teu dedinho

Vem Menina linda
Me abraça
Vamos dançar na lua
Pisar na grama
Correr na chuva

Arregala teus olhos Menina linda
Quero ver tuas entranhas
Arrancar tuas tripas
Como te quero Menina linda

Dançaremos, amaremos
Seremos só nós
Com nosso mundo
Com nossa música
Com nosso tudo.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Os Seis Sentidos (ou Todos os Sentidos)

Saudade de sentar no chão empunhando um pente
E ver tuas costas a minha frente
Com teus cabelos ensopados e a água
Descendo pela tua espinha

Passo minhas mãos por entre teus cabelos
Me fazes ter pensamentos de Amor
Jogo-o para o lado deixando teu pescoço descoberto, beijo tua nuca como
Um vampiro sedento por sangue
Com as mãos exploro teu corpo, seguro teus seios,
Sinto teus mamilos entre meus dedos
Te faço ter pensamentos de Amor

Me seguras com força, viras a cabeça, me beijas a boca
Me fazendo provar tuas verdades
Desço minhas mãos e sinto teus pêlos pretos molhados
Viras teu corpo, sentas sobre mim e me fazes sentir um Deus
Tuas unhas rasgam minhas costas como se quisesses
Arrancar de mim a alma, mal sabendo que minha alma já é tua

Sinto o ofego da tua respiração
O teu suor entra pelos meus poros, teu cheiro me embebesse
Te faço sentir uma Deusa
Nos beijamos...
Vejo teus olhos úmidos me olhando com carinho
Não nos falamos...
Viras, pegas o pente e me pedes para amar teus cabelos negros novamente...

segunda-feira, 5 de março de 2007

FINAL DE SEMANA NA LUA

Esse final de semana resolvi passar na Lua, mas antes tinha que ir até Tamandaré porque só de lá se pode ir à Lua. A primeira parada foi em minha casa que fica em um condomínio com mais 49 casas, esse aglomerado de casas na época de veraneio se torna uma verdadeira loucura que dura uns dois meses. São pessoas de todos os lugares, de todos os tipos, bebendo bebidas de todas as cores. Crianças correndo, gritando, chorando, bicicletas a voar, o ping-pong da bolinha de ping-pong batendo na mesa de ping-pong durante horas, a piscina de 11 por 6 que comporta inacreditáveis cinqüenta pessoas de todos os tamanhos e idades. Os gritos dos que vendem passa de caju, tapioca, pão, os sinos dos vendedores de picolé, a gaita dos comerciantes de quebra-queixo (que uns chamam de doce japonês, não sei porque, quebra-queixo combina mais) musicam o cenário junto com todos os outros tipos de músicas existentes na face da terra. Um lugar onde, ou você entra na festa ou “pegue seu banquinho e saia de mansinho”.

Mas esse não era o caso. Sabia que os dias de orgia tinham terminado junto com o carnaval e que este final de semana seria o oposto dos meses anteriores. Das 50 casas só a minha estaria ocupada, não ouviria sinos, nem gritos, nem gaitas, só o barulho do mar que fica a uns duzentos metros mas, que parecia estar na minha porta. Cheguei em casa depois de três horas de viagem em um ônibus da Cruzeiro lotado e vinte minutos na garupa da moto - táxi de André, o moto - taxista crente que estava puto porque naquele dia não haveria culto.

Desembarquei na entrada do condomínio, deixei minha mochila em casa e sai correndo em direção à praia para pegar o primeiro sopro de vento que me levaria até a Lua. Ela estava alta, redonda, linda, refletia em mim a luz do mundo, Ela era só minha; o mundo, o mar eram só meus, eu era só meu e de quem meus pensamentos permitisse. E lá fiquei; flutuando no vento, viajando no universo do meu egoísmo, sem remo, sem nada, esperando chegar até a Lua. Quando Nela desembarquei abri meus olhos e vi a Terra, era noite de Terra cheia, de eclipse solar. A Terra estava envolvida por uma aurora dourada, que deixava o azul cego. Eu continuava flutuando, desta vez no véu da Lua, admirando o universo, deixando que Ela me levasse. Não sei pra onde, mas Ela me jurou que um dia contaria.


COMUNICADO:

Às pessoas que acharam estranho, que achavam que eu estava com uma grande crise de depressão, pensando em acabar com minha vida, enlouquecendo por ter passado o final de semana isolado, saibam que: Só se vai à Lua sozinho!

sexta-feira, 2 de março de 2007

Meu Salário

Peguei meu salário agora
Metade já foi embora,
só na última hora
E agora?
Vou comprar uma amora
E levar até onde ela mora.

quinta-feira, 1 de março de 2007

NA AREIA DA PRAIA

Escrevo minha tristeza na areia da praia
Para que o mar a leve quando coragem tiver em tocá-la
Escrevo minha tristeza na areia da praia
Para que as ondas a quebrem
Façam-na virar pó
E a carregue
E que o mar com toda sua força
Transforme minha tristeza em alegria
Mesmo que não seja minha
Mas... que seja alegria